segunda-feira, 27 de março de 2017

Saúde - A Maça e o Coração

Segundo um estudo realizado por da Ohio State University e publicado este mês no Journal of Functional Foods, o consumo diário de maçãs reduz em 40% a obstrução das artérias causada pelo mau colesterol (LDL), o que previne doenças cardiovasculares. Um valor superior ao alcançado pelo consumo de suplementos antioxidantes.

Outro facto que os cientistas observaram foi que, apesar de ter um efeito semelhante, a ingestão de suplementos com polifenol, o antioxidante encontrado nas maçãs, não produz um resultado tão eficaz como a ingestão da própria fruta, sugerindo que existem "outros compostos" na maçã que tornam esta fruta tão eficaz contra o colesterol mau.
Além destas propriedades, o estudo também revelou que esta fruta tem efeitos antioxidantes na saliva que influenciam a saúde dental, podendo estes indícios constituírem uma base para futuros estudos.

Nutrição - As 5 Piores Dicas de Nutrição de Sempre

Em termos de alimentação, ao longo dos anos, as pessoas têm sido aconselhadas a fazer todo o tipo de coisas estranhas que desafiam o senso comum. Algumas dessas dicas não só são inúteis como também são potencialmente prejudiciais para a saúde. E o pior é que essas meras sugestões dietéticas continuam a ser propagadas e defendidas mesmo nos dias de hoje.

As 5 piores dicas da história da nutrição

1 Deite forma a gema, a parte mais nutritiva do ovo

O ovo é, sem dúvida alguma, um dos alimentos mais nutritivos do planeta. A verdade é que os ovos contêm todos os nutrientes para construir os blocos de construção necessários para transformar uma simples célula fertilizada num pintainho completo. Este alimento só parece ter um problema… a gemas do ovo também é rica em colesterol.
E como as gemas são ricas em colesterol, as pessoas partiram do princípio que esse colesterol que ingerimos a partir da dieta também iria aumentar os níveis de colesterol no sangue. Por este motivo é que os nutricionistas e profissionais de saúde aconselham que se limite a ingestão de ovos a apenas 2-6 ovos inteiros por semana. No entanto, a maioria desses profissionais afirmam que podemos ingerir uma quantidade de ovos superior a esse, desde que deitemos fora as gemas, e isso é umas das piores coisas que se pode fazer, porque é na gema que se encontram quase todos os nutrientes do ovo. As claras praticamente só contêm proteína.

Já foram realizados muitos estudos que analisaram o consumo de ovos inteiros e os níveis de colesterol. Os ovos não têm qualquer efeito nos níveis de colesterol de 70% das pessoas. Nos restantes 30% (chamados hiper-respondedores) a gema de ovo aumenta os níveis de HDl (o colesterol bom) e transforma as partículas LDL no tipo maior e mais macio, que não é prejudicial para a saúde.
De facto, muitos estudos, alguns dos quais incluíram milhares de pessoas, analisaram a relação entre o consumo de ovos e o risco de doenças cardiovasculares em pessoas saudáveis, e não encontrou qualquer associação entre os dois. Para além disso, não nos podemos esquecer dos incríveis benefícios que os ovos nos proporcionas:

- Estão carregados de proteína de alta qualidade, gorduras saudáveis, vitaminas, minerais e antioxidantes, ou seja, contem quase todos os nutrientes de que o seu corpo precisa.
- Contêm níveis elevados de colina, um nutriente essencial para o cérebro e do qual 90% das pessoas são deficientes.
- Também contêm Luteína e Zeaxantina, antioxidantes poderosos que oferecem proteção ocular, reduzindo assim o risco de várias doenças dos olhos.

Os ovos também são dos alimentos que pode ingerir quando se pretende perder peso.
Substituir uma primeira refeição do dia à base de cereais por ovos, pode aumentar a sensação de saciedade e fazer com que coma menos, ajudando-o assim a perder peso.
Para além disso, o ovo é um alimento bastante econômico, é fácil de preparar e tem um excelente sabor.
O ovo inteiro é mesmo um dos alimentos mais perfeitos da natureza, e deitar a gema fora é das coisas mais absurdas que se pode fazer.

2 Todos deveriam seguir uma dieta pobre em gordura e rica em carbohidratos, até mesmo os diabéticos.

A dica universal de seguir uma dieta pobre em gordura nunca esteve baseada em ciência sólida. Ela foi originalmente criada com base em alguns estudos observacionais mal conduzidos, experiência realizadas em animais e decisões políticas erradas. Mesmo apesar de, na altura, não existirem evidências sólidas de que a gordura saturada provoca doenças cardiovasculares (e ainda não existem), alguns cientistas estavam convencidos de que eram prejudiciais e de que uma dieta pobre em gordura prevenia as doenças cardiovasculares.
E esta tem sido a posição oficial dos governos e da maioria das organizações de saúde de todo o mundo ao longo das últimas décadas. Ao mesmo tempo, os índices de obesidade e de diabetes tipo 2 dispararam.
Desde então já foram realizados muitos estudos acerca da dieta pobre em carbohidratos. O maior e mais caro estudo da história, o “The Women´s Health Iniciative“, recrutou 48,835 e distribuía-as de forma aleatória em dois grupos, um deles seguiu uma dieta pobre em carbohidratos e o outro continuou a seguir a sua dieta típica ocidental.
Após 7.5-8 anos, só houve uma diferença de 0.4 kg de peso e não houve qualquer redução do risco de cancro ou de problemas cardiovasculares.

Muitos outros estudos chegaram a esta mesma conclusão, a dieta que está a ser recomendada pelos mass média e instituições de saúde, simplesmente não funciona.
A verdade é que a dieta baixa em gordura é um fracasso completo e perde quase sempre que é comparada com qualquer outro tipo de dieta num estudo. Até mesmo os diabéticos foram aconselhados a seguir este tipo de dieta que não beneficia ninguém a não ser as companhias farmacêuticas. É um facto bioquímico que os carbohidratos aumentam os níveis de açúcar no sangue. Isto mantém os pacientes diabéticos dependentes de fármacos que diminuem os níveis de açúcar no sangue.

Embora as dietas pobres em gordura possam não apresentar problemas para os indivíduos saudáveis, elas são um desastre completo para as pessoas que sofrem de obesidade, síndrome metabólica e diabetes tipo 2.
De facto, muitos estudos comprovam que as dietas pobres em gordura podem afetar de forma negativa alguns dos fatores de risco para a síndrome metabólica e doença cardiovascular. Elas podem aumentar os níveis de triglicerídeos, diminuir os níveis de colesterol HDL e aumentar os níveis partículas LDL pequenas e densas.

3 Uma caloria é uma caloria… a qualidade dos alimentos não é importante.

O foco excessivo nas calorias é um dos maiores erros da história da nutrição.
Muito embora o número de calorias seja um dos fatores mais importantes a ter em conta quando se pretende controlar o peso corporal, na verdade não é a única coisa que interessa. A proveniência das calorias também é extremamente importante.
A verdade é que as calorias são importantes, mas isso não significa que não tenhamos que ter em atenção os alimentos que ingerimos. É importante compreender que alimentos diferentes podem ter efeitos diferentes nas hormonas e áreas do cérebro que controlam os alimentos que ingerimos, os horários em que os ingerimos e as quantidades que ingerimos, bem como o número de calorias que gastamos.
Aqui estão dois exemplos que provam que o nº de calorias não é o único fator a ter em conta:

- Proteína: Ingerir uma dieta rica em proteína pode fazer o seu metabolismo despender mais 80 a 100 calorias por dia, e para além disso também reduz o apetite de forma significativa. As calorias provenientes da proteína têm um efeito diferente das calorias provenientes dos carbohidratos ou das gorduras.

- Saciedade: Já foram realizados vários estudos que demonstraram que diferentes alimentos afetam de forma diferente a sensação de saciedade. Não é necessário ingerir tantas calorias provenientes de batatas cozidas ou de ovos para se sentir saciado, em comparação com as calorias provenientes de donuts ou de gelados.

4 Use óleos vegetais polinsaturados para cozinhar

Durante muitos anos as pessoas foram aconselhadas a consumir óleos provenientes de sementes e vegetais, ricos em gorduras polinsaturadas.
Ficou comprovado em alguns estudos, que esses óleos vegetais, que incluem o óleo de soja, de milho, de canola e de semente de algodão, diminuem os níveis de colesterol.
No entanto, apenas porque algo diminui os níveis de colesterol, isso não significa necessariamente que também irá prevenir as doenças cardiovascular.

O colesterol é um fator de risco, mas outras coisas como os ataques cardíacos e as mortes, que realmente interessam. Na verdade, também já foram realizados alguns estudos que demonstram que apesar desses óleos reduzirem os níveis de colesterol, também podem aumentar o risco de doenças cardíacas.
Para além disso, esses óleos são prejudiciais para a saúde por um número de outras razões, estão carregados de gorduras polinsaturadas, mas a maioria delas são ácidos gordos ômega-6.

Os seres humanos necessitam de ingerir ácidos gordos ômega-6 e ômega-3 num certo equilíbrio. Mas atualmente as pessoas estão a ingerir uma quantidade demasiado elevada de ômega-6 em comparação com o ômega-3.
Uma dieta rica em ômega-6 e pobre em ômega-3 pode contribuir para a inflamação no corpo, e a inflamação é uma das principais causas da maioria das doenças crônicas no mundo ocidental.
Esses ácidos gordos também são incorporados nas membranas das células, mas as gorduras polinsaturadas podem reagir com o oxigênio e dar início a reações em cadeia de radicais livres nas membranas celulares, que podem danificar moléculas importantes como proteínas ou o ADN.
Para além disso, o que a maioria das pessoas não compreende é que, devido à forma como esses óleos são processados (que envolve a exposição a altas temperaturas e a solventes tóxicos como o hexano), também contêm grandes quantidades de gorduras trans.
De facto, um estudo que analisou os óleos de canola e de soja vendidos nos EUA, descobriu que 0.56 a 4.2% dos ácidos gordos presentes nesses óleos eram gorduras trans.

Muitos chamados “especialistas” estão inclusive a recomendar que as pessoas cozinhem com esses óleos, o que é uma péssima ideia porque as gorduras polinsaturadas são bastante sensíveis ao calor e danificam-se muito facilmente.

5 Substitua a manteiga natural por margarina processada e carregada de gorduras trans

A nutrição convencional aconselhou várias coisas erradas. No entanto, o horrível conselho de substituir a manteiga natural por margarina processada terá sido muito provavelmente o pior.

Dê uma vista de olhos à lista de ingredientes da margarina... Esta coisa não é comida, é uma combinação de químicos que parecem e sabem a comida, concebida de forma a ter o sabor mais próximo possível da manteiga. Sendo assim, não será de surpreender que a margarina aumente o risco de doença cardíaca em comparação com a manteiga.
E o mesmo pode ser dito em relação aos óleos vegetais, múltiplos estudos demonstraram que estes podem contribuir para o risco de doenças cardíacas. Os estudos afirmam que as gorduras e óleos processados aumentam o risco de problemas cardiovascular, por isso o mais sensato deveria ser evitá-los se quisermos evitar esse tipo de riscos para a saúde, certo?
Bem, aparentemente não. A maioria das organizações de nutrição continuam a afirmar que devemos dar preferência a essas fontes de gordura artificiais, mesmo apesar dessas evidências científicas terem sido reveladas há bastantes anos. Simplesmente parecem não compreender que, quando substituímos alimentos tradicionais como o manteiga e carne por pseudo-alimentos processados, tornamo-nos mais gordos e doentes.
Felizmente parece estar a aumentar o número de nutricionistas e médicos que reconhecem o valor para a saúde dos alimentos tradicionais, não processados, e os perigos para a saúde destes sucedâneos de alimentos de origem industrial.