O que muitos conhecem como Yôga aqui no ocidente, infelizmente, é bem diferente do que a filosofia ancestral, que provém da Índia e que tem as suas raízes fundamentadas no Tantra e Sámkhya, filosofias comportamentais e teóricas respetivamente.

Entretanto o mesmo Shiva (e não se pode afirmar que este tenha sido o seu nome verdadeiro, mas foi o nome dado a sua personificação) ao longo dos milênios foi representado pela mitologia hindu de várias formas.
Ele aparece de duas maneiras muito importantes para a sua história, que são como o Rei dos Bailarinos (Natarája) e como Shankar, o Shiva no seu estado de meditação.
Com estas representações mitológicas estudiosos resgataram os conceitos no qual o Yôga Pré-Clássico foi fundamentado e como foi formada a sua prática.
Aqueles que estudaram a fundo as origens deste yôga tão antigo chegaram a registros de técnicas que eram praticadas e que produziam no indivíduo uma consciência expandida, dando a este estado o nome de samádhi (algumas linhas de yôga também o chamam de nirvana, entretanto nirvana é um termo budista, e o yôga é fundamentado pelo hinduísmo, o que demonstra aí uma heresia no termo).
Logo, a prática do Yôga tem como objetivo o samádhi, ou seja, um estado de hiperconsciência, também chamado de auto-conhecimento.
E como se atinge este objetivo?
Através de uma filosofia estritamente prática, composta por 8 feixes de técnicas que vão, além de conduzir o praticante a meta, proporcionar maior bem estar, um aumento de vitalidade, de energia, de disposição.

Depois de uma hora a praticar, nesta ordem, cada uma destas técnicas, o praticante certamente perceberá que algo se tornou diferente na sua maneira de sentir o seu corpo, e a busca por uma consciência expandida começa por você conhecer-se a sí próprio em primeiro lugar.
Mas afinal onde está a diferença entre o que é o Yôga e o que é a ióga?
Primeiro os gêneros das palavras são diferentes, Yôga é uma palavra masculina. Todos na Índia pronunciam assim com o “o” fechado. Se lido em sânscrito pela escrita dêvanágarí o acento está descrito também na escrita, logo falar ioga é na verdade um erro, dado por conta da ocidentalização do termo.
Uma vez que a palavra foi transliterada para o português e com isso ganhou ao invés do acento circunflexo que é o que o caracteriza com a pronúncia correta, um acento agudo, promovendo uma grande confusão.

Quem realmente se interessa pelo assunto e procura conhecer a fundo o que é a prática e a filosofia, logo vê que se trata de uma prática de força e energia. Dificilmente pessoas que não tenham um bom reforço biológico conseguem acompanhar as técnicas físicas.
O Yôga não visa resolver as mazelas humanas e curar coisa alguma, diferente de algumas correntes de ióga, que vendem a prática como a solução dos problemas das pessoas.
O Yôga é um estilo de vida, uma filosofia que promove algo que cada indivíduo já possui, só não tem conhecimento. E preciso experimentar e sentir para se ter consciência do que realmente é.
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