Um dos medicamentos mais conhecidos e receitados em todo o mundo, a pílula contracetiva, faz parte do dia-a-dia de mais 100 milhões de mulheres. No entanto, desde o seu lançamento em 1960, a pílula tem estado envolvida em dúvidas, incertezas e mitos.
1. As pílulas são todas iguais?
Existe uma enorme variedade de pílulas contraceptivas no mercado e nem todas são iguais. As mais comuns são as que contêm estrogénio e progestina, no entanto, existe outro tipo que apenas contém progestina. As diferentes marcas dos contraceptivos orais podem conter doses diferentes destas hormonas ou então libertar doses diferentes em alturas distintas na toma de cada caixa. Quando tomada de forma correcta, a pílula tem uma acção anticoncepcional excelente (cerca de 99.7% de fiabilidade) mas, como existem diferenças, estas podem manifestar-se nos benefícios e nos efeitos secundários, dependendo da marca.
2. Mulheres com mais de 35 anos não podem tomar a pílula?
Mulheres saudáveis que não fumam podem, na maior parte dos casos, tomar a pílula até chegarem à menopausa. Para além das várias doenças associadas à dependência do tabaco, as fumadoras têm maior probabilidade de desenvolver problemas de saúde associados à toma da pílula contraceptiva. Por isso mesmo, é desaconselhada a sua toma em mulheres fumadoras com mais de 35 anos.
3. A pílula é um medicamento seguro?
A pílula é um dos medicamentos mais estudados e prescritos em todo o mundo, estimando-se que cerca de 100 milhões de mulheres tomam-na diariamente. Como com qualquer medicamento, existem, naturalmente, alguns riscos de saúde relacionados, mas os efeitos secundários graves são extremamente raros. Por exemplo, é mais comum ocorrerem coágulos de sangue numa mulher grávida do que numa mulher que toma a pílula. Embora a pílula (ou uma determinada marca) não seja a ideal para todas as mulheres, por norma, é extremamente eficaz e ainda tem alguns benefícios de saúde.
4. As mulheres que tomam a pílula durante longos períodos devem fazer uma pausa de vez em quando?
Hoje em dia não faz qualquer sentido uma mulher fazer uma pausa de um mês ou mais por ano na toma da pílula, até porque isso seria ir contra o objectivo principal da mesma. Fazer a chamada “pausa da pílula” pode aumentar a hipótese de uma gravidez não desejada, mas também pode implicar voltar a sentir os efeitos secundários que normalmente afectam as mulheres nos primeiros meses da toma, sensibilidade nos seios, dores de cabeça, náuseas, hemorragias, quando retomar a velha rotina.
5. A pílula causa infertilidade?
Independentemente do período de tempo durante o qual uma mulher toma a pílula contraceptiva, não existe qualquer ligação entre o medicamente e a infertilidade. A fertilidade surge quase imediatamente após a cessação da toma da pílula.
6. A pílula protege contra doenças sexualmente transmissíveis?
A pílula não oferece qualquer protecção contra a contracção de VIH/SIDA ou qualquer outra doença sexualmente transmissível (DST). Nestes casos, a única forma de prevenir é utilizar sempre um preservativo, independentemente da toma da pílula ou não.
7. A pílula faz engordar?
Este é um dos mitos mais comuns em torno da pílula contracetiva. Estudos científicos já provaram que não existe nenhuma ligação entre a pílula e o aumento de peso. Porém, o estrogénio presente neste medicamento pode contribuir para que muitas mulheres se sintam “inchadas”, no entanto, este é um sintoma que acaba por desaparecer com o tempo. Como muitas mulheres iniciam a toma da pílula ainda muito novas, esta acaba por coincidir com as fases de desenvolvimento do corpo feminino, onde as flutuações de peso são comuns.
8. A pílula causa cancro?
Apesar da relação entre a pílula e o cancro ainda estar a ser alvo de profunda investigação, já existem algumas possíveis conclusões acerca desta questão. Estudos efectuados dizem que a pílula contribui para a diminuição de risco de alguns tipos de cancro, nomeadamente o cancro dos ovários e o endométrio (50%) e, na maior parte dos casos, esta protecção mantém-se mesmo quando a toma da pílula é cessada. Por outro lado, a toma da pílula pode estar associada ao aumento de risco de cancro da mama, mas esta é uma questão ambígua: as mulheres que não têm filhos ou que os têm tarde, têm um maior risco de sofrer de cancro da mama e, por este motivo, é difícil determinar se a hipótese de contrair a doença está relacionada com a pílula ou com a maternidade tardia. O efeito da pílula contraceptiva no risco de cancro cervical ainda é desconhecido.
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