domingo, 20 de abril de 2014

Musculação - Proteina Whey vs Proteina de Soja

Os praticantes de musculação que consomem uma quantidade de proteína ligeiramente superior à dose diária que a recomendada para indivíduos sedentários, ganham uma maior quantidade de massa muscular se beberem um batido que contenha proteína whey do que se beberem um batido de proteína de soja.
Esta foi a conclusão a que chegaram os cientistas de desporto Jeff Volek e William Kraemer num estudo realizado em seres humanos e que foi publicado no Journal of the American College of Nutrition.
Este estudo é o mais longo que já foi conduzido acerca dos efeitos da suplementação pós-treino com proteína.

Mesmo nos dias de hoje, os atletas, treinadores e cientistas discutem quais são as melhores formas de proteína para os fisioculturistas. Felizmente o debate tem vindo a tornar-se cada vez mais construtivo à medida que cada vez temos mais acesso a estudos de qualidade. Um exemplo disso é este estudo realizado por Volek e kraemer.

Os investigadores queriam saber se o tipo de proteína que os praticantes de musculação usam depois de um treino faz muita diferença. A whey é superior à soja em termos de composição de aminoácidos, e também é digerida de forma um pouco mais rápida.
Por isso, em teoria a whey parece ser uma proteína mais indicada para ingerir no pós-treino do que a proteína de soja. Mas antes de ter a certeza de algo é necessário testar essa hipótese.
Por isso os investigadores realizam uma experiência na qual colocaram 63 homens e mulheres com idades entre os 18 e 35 a realizar treinos de musculação durante nove meses e deram-lhes um batido no final de cada treino.
Todos os voluntários que participaram no estudo seguiram o mesmo programa de treino, realizando 2-3 sessões de musculação por semana e ingeriram 1 a 1.2 g de proteína por kg de peso corporal por dia na sua dieta.

Os investigadores administraram a um grupo de voluntários um batido que continha o carbohidrato maltodextrina.
Outro grupo recebeu um batido com 22 gramas de concentrado de proteína de soja.
Um terceiro grupo recebeu um batido que continha 22 gramas de proteína whey concentrada.
O batido significa que a ingestão diária de proteína dos grupos da proteína whey e da proteína de soja subiu para 1.4 gramas de proteína por Kg de peso corporal.
Nos dias em que os voluntários não treinaram, estes beberam o seu batido no café da manhã.

No final dos nove meses, os investigadores não conseguiram detetar quaisquer diferenças na progressão de força entre os três grupos, nem existiram diferenças significativas entre os grupos no que diz respeito à diminuição da massa gorda. No entanto houve uma diferença significativa na quantidade de massa magra.

Os voluntários que ingeriram a proteína whey ganharam 3.3 kg de massa muscular. Aqueles que ingeriram proteína de soja e maltodextrina não ganharam mais do que 1.8 e 2.3 kg, respetivamente.

A proteína whey parece ser superior à proteína de soja quando o objetivo é adquirir mais força e massa muscular.
O fator que faz com a whey seja um produto pós-treino tão eficiente, está provavelmente no fato de conter uma quantidade mais elevada do aminoácido leucina, que se encontra em quantidades mais reduzidas na proteína de soja.

Os investigadores descobriram que os voluntários que ganharam mais massa muscular, foram aqueles que tinham os níveis de leucina no sangue mais elevados de manhã cedo, antes do café da manhã.

Tal como seria de esperar, aqueles que consumiram whey tinham níveis mais elevados de leucina no sangue do que os voluntários dos outros dois grupos.

Os investigadores escreveram:
"A suplementação diária com cerca de 20 gramas de proteína whey durante o treino de musculação, é uma estratégia eficiente para potenciar os ganhos de massa corporal magra em homens e mulheres jovens, saudáveis e destreinados, que estejam a consumir níveis de proteína ligeiramente acima da dose diária recomendada."

Os ganhos de massa corporal magra ocorreram no contexto de pequenas diminuições da massa magra. Esses resultados apontam para a qualidade da proteína como sendo um determinante importante na resposta adaptativa ao treino de musculação.
MN

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