Estudos têm demonstrado um efeito positivo até mesmo em casos de arritmias após um enfarte do miocárdio, na protecção das células cerebrais ou mesmo doenças musculares.
Porém, entre os menos informados, persistem algumas teorias acerca dos seus efeitos secundários. Entre essas afirmações, encontra-se a teoria de que a creatina prejudica os rins.
Qual a ligação entre a creatina e os rins? A quebra de fosfocreatina para a produção de ATP gera moléculas de creatinina, uma substância que é posteriormente filtrada pelos rins e eliminada pela urina. Quanto maior for o consumo de creatina, maiores serão os níveis de fosfocreatina musculares e maior será o trabalho dos rins na filtração da creatinina.
Mas será que este trabalho acrescido dos rins provoca danos neste órgão?
O que dizem os estudos científicosPara esclarecer essa dúvida acerca do efeito da creatina no corpo humano, reuni diversos estudos realizados por vários prestigiados grupos de cientistas incidindo sobre o efeito da suplementação com creatina em pessoas saudáveis.
O Cedars-Sinai Medical Center, Los Angeles, realizou vários estudos nesta área, determinando que nenhum efeito prejudicial foi encontrado durante o período de teste, quando respeitada a dose diária recomendada.
Também o Institut Supérieur d’Education Physique et de Kinésithérapie, na Bélgica, analisou os efeitos da suplementação com creatina a curto, médio e longo prazo, mais concretamente dos 10 meses aos 5 anos. Os resultados comprovaram que não existiu nenhum caso de problemas renais em nenhum dos membros do grupo.
Um terceiro estudo conduzido pelo Dr. Kerry Kuehl da Oregon Health Sciences University, em Portland, em 2000, envolveu 36 atletas masculinos e femininos saudáveis com um consumo de creatina de 10g por dia. Após 12 semanas, foi possível afirmar que a creatina não teve efeitos negativos na função renal.
Na verdade, estes resultados não são surpreendentes, na medida em que ingerimos diariamente até 2g de creatina através dos alimentos, como carne e o peixe. Isto é, o nosso organismo está preparado para receber e digerir a creatina. Aumentar a dose através da suplementação não parece, por isso, constituir um desafio ou um risco para os rins.
Conclusão
Baseado nestes factos, conclui-se que, em indivíduos saudáveis, nenhuma ligação foi encontrada entre a suplementação de creatina e algum tipo de disfunção renal. Mesmo a longo prazo, a creatina pode ser considerada um auxiliar ergogénico eficaz e seguro. No entanto, os atletas devem ser educados no sentido de respeitarem a dosagem aconselhada ou mesmo a recorrer a um acompanhamento médico.
Portanto, se não tiver nenhum histórico médico que indique problemas relevantes de fígado ou de rins, poderá tomar creatina sem qualquer receio, respeitando sempre a dose diária recomendada e mantendo uma alimentação rica e equilibrada.
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